quinta-feira, 15 de abril de 2010

Tese e Antítese

Embora as duas poesias tenham sido escritas separadamente, elas fazem muito mais sentido juntas. Então, decidi colocá-las em uma única postagem.

ANTÍTESE


Uma briga
sempre é bom.
Egoísmo faz o mundo andar.
O conflito é sempre,
sempre continuo,
simplesmente impossível
de parar.
Uma queda é necessária,
o negativo
nunca pára,
n’algum momento
tudo acaba.
Enquanto a vida
se agita,
outro rumo o futuro
leva.
E quando a dor
termina
a renovação
sempre começa,
nunca espera.
E se a morte;
e se a briga;
e se o orgulho
(é sempre tudo tão traumático)
não ocorre n’algum
momento,
nunca se descansa
e não há tempo
de rever
tudo o que é conceito...

TESE

O conflito sempre acaba,
e resta a vida desvairada!
Tão calma!
Organizada.
Estagnada!
É tão bom viver assim:
tão perfeito,
tão sem fim!
Nada pode fazer mal,
o mundo não é mais fatal,
o poder não é ideal.
A paz é tão prezada!
A calma chega a ser descontrolada,
não há progresso.
Por que me transformar?
Não há porque lutar.
Tudo é de graça,
nada falta!
Todos fazem o que sabem, o que querem o que gostam...
O conflito é eminente.
O caos está, de novo, presente,
e a perfeição,
tão imperfeita,
mostra-se incoerente.
Vazia.
Aqui,
onde tudo é perfeito,
é inconcebível
qualquer grande feito,
qualquer grande orgulho,
qualquer defeito.
E o que será feito?
Nada.
Acaba o tempo.
O tempo da eternidade se esgota,
porque
Deus não é extremo,
porque nem Deus,
se dá ao luxo
de ser perfeito.

2 comentários:

  1. Muito interessante. Falta, agora, fazer a síntese, que tal? =)

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  2. Haha... Mas se essa já acaba com "Deus n é perfeito" tenho medo de saber o resultado da síntese =D

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