domingo, 30 de maio de 2010

Peixes fora do Aquário

Bom dia, caro leitor. Falo direto de um domingo de manhã, ensolarado, no quarto de cima dum sobrado, em um lugar qualquer do planeta. Sim, porque com todos esses fatores, qualquer lugar do planeta serve  a minha descrição.
É incrivel como aqui, em qualquer lugar do planeta, as pessoas se conheçam e se gostem aleatóriamente. Foi assim comigo, é assim com todo mundo. Um ônibus aleatório um pouco atrasado, uma ou outra idéia ingênua, e finalmente, formasse um grupo.
Depois de um tempo de conversa é denovo incrível como se tem tanto em comum com esses peixes aleatórios, nesse lugar qualquer que não uma anêmona. Aliás tomo a liberdade de mudar o ditado que uso como título, peixe fora do aquário, porque aquário não é lugar de peixe. Faz mal a cabeça. Ao contrário, somos todos peixes longe duma anêmona qualquer, em outro qualquer lugar do globo, que um dia nos ofereceu proteção. Se você for minimamente sábio, e por consequência minimamente criança, saberá a que me refiro.
Comecei a pensar nisso quando um sábio chinês... aliás japônes - que nem era tão japônes assim, nem tão sábio assim, mas estava na Liberdade - intregou um cartão de apresentação a nós, peixes. E, para nossa surpresa, o cartão guardava um segredo. Um segredo não tão mágico como é próprio das histórias de sábios chineses, mas um segredo mais ingênuo e infantil, que acredito são os melhores segredos.
Havia, atrás do cartão, um peixe, tal qual eu, fora do aquário. O desafio: por o peixe dentro do aquário, sem dobrar o cartão. Caro leitor, pegue uma folha e, por favor, desenhe um quadrado, que será o seu aquário, e um peixe logo em frente num tamanho ligeiramente menor que o aquário, e tente você mesmo. Perdoe a falta, mas não pude encontrar uma imagem na web tal qual a do meu cartão, e sequer me darei ao trabalho de fotografá-lo... isso não me traria prazer algum, e sou um hedonista.
O fato é que a solução é deveras simples, e não depende de nada além de um ponto de vista. Veja que é mais fácil dar cabo a saudade e a solidão do que você pensa. Fim da publicação.

domingo, 23 de maio de 2010

Tédio

Hoje não estou com a mínima vontade de postar nada. Você pode pensar, leitor, que sou louco... aliás vocês deve pensar isso o tempo todo, e se não pensa deveria, pois acho que tenho medo de parecer louco.
O fato é que não estou com a mínima vontade de postar nada, entretanto, quando olho para a tela, eu tenho uma vontade irresistível de deixar que vocês fiquem sabendo disso. Perdoem. A comunicação é uma necessidade minha. Uma necessidade insáciavel. Ponto.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Otimismo

Ver sempre o mesmo lado.
O lado bom,
isolado por si só.
O positivo nem sempre compensa o negativo,
e esse é o mau do otimismo.
Vê tudo tão bem que se isola na alma,
que só vê flores,
que tem sempre tua face calma,
mas em teu mundo horrores,
em tua alma amores,
temores;
como alguém qualquer.
Sempre o positivo...
...Exagero do otimismo...
Então tampa seus olhos
Com a venda que algum demônio criou...
...Então só vê o bem,
Se diz inocente,
Se isola do mundo...
E daí?
Será que o mundo volta à sua volta como o vê?
Ou será que ele piora.
Não para de dar voltas e reviravoltas,
Modifica sua história.
Pra que te quero?
Pálida vida infame.
Durmamos no nunca.
Veremos as flores ilusórias,
e só perceberemos os espinhos na alma.
Fugiremos deles no otimismo.
Durmamos então, enquanto o mundo volta a ser o que era antes de acordarmos!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Coletânea até então sem nome...

Publico abaixo uma coletânea de poesias sem nome. Agora, relendo-as, não me parece que tenham um tema em comum, mas certamente tiveram a mesma motivação, o mesmo sentimento intrínseco... Talvez tenham todas sido escritas durante uma de minhas aulas de administração, pois datam dessa época. Confesso - não tão envergonhadamente quanto devia - que muitas vezes divagava, escrevia, desenhava em lugar de fazer o que havia me proposto na escola. Entretanto ressalto que se me levara a pensar, e a urgência do escrever, a aula deveria ser deveras interessante e polêmica. Não tenho certeza, caro leitor, mas talvez e apenas talvez, essas poesias póstumamente - pois elas nasceram e já morreram há muito - nomeadas são fruto da verborréia de meus mestres de Recursos Humanos, Pedro Sérgio e José Ordine... Perdoem-me mestres por essa pequena falta da divagação, mas entendam que ela é inerente a mim, e ao meu aprendizado.

Justiça

O quê acontece
quando o déspota aparece?
quem esclarece?
Não sei mais o que extirpar,
quando o câncer
irá acabar,
o que será?
O que será
quando o tempo acabar?
O que escolher?
O que decidir?
Houve incorrência
no erro?
Houve o domínio
do medo?
Quem decapitou
o leigo?
Não se sabe
e não há tempo
para alguma apuração.
Não há tempo
para esperar
a ressurreição
ou a transformação.
Tampouco há tempo
para qualquer
reação...
CORRA!
Não há tempo
para divagação.

Sinestesia

Onde perdi
a realidade de mim?
Melhor ou pior
não faz diferença
se existe a carência
de existir.
Não há quem me veja,
quem não me comprometa,
ninguém me aceita,
ou sequer me
AGUENTA.

Tentativa e Agouro

É preciso o perfeito.
Não existe mal feito
e com efeito...
NÃO DÁ!
É preciso.
Há solidão.
Há dor.
Há pressa.
Não há solução.
Há pura exposição.
Quem poria
fim a maldição?
Quem salvaria
as pessoas
da vida,
de sua própria,
inerte condição?
Deus?
Reza e vê
no que dá!
Há focos de dor
onde a fé não há.
E consciência
divina,
não importa que exista,
não chega a salvar.
Gente,
não importa a mente,
só vive se precisar.