quarta-feira, 5 de maio de 2010

Coletânea até então sem nome...

Publico abaixo uma coletânea de poesias sem nome. Agora, relendo-as, não me parece que tenham um tema em comum, mas certamente tiveram a mesma motivação, o mesmo sentimento intrínseco... Talvez tenham todas sido escritas durante uma de minhas aulas de administração, pois datam dessa época. Confesso - não tão envergonhadamente quanto devia - que muitas vezes divagava, escrevia, desenhava em lugar de fazer o que havia me proposto na escola. Entretanto ressalto que se me levara a pensar, e a urgência do escrever, a aula deveria ser deveras interessante e polêmica. Não tenho certeza, caro leitor, mas talvez e apenas talvez, essas poesias póstumamente - pois elas nasceram e já morreram há muito - nomeadas são fruto da verborréia de meus mestres de Recursos Humanos, Pedro Sérgio e José Ordine... Perdoem-me mestres por essa pequena falta da divagação, mas entendam que ela é inerente a mim, e ao meu aprendizado.

Justiça

O quê acontece
quando o déspota aparece?
quem esclarece?
Não sei mais o que extirpar,
quando o câncer
irá acabar,
o que será?
O que será
quando o tempo acabar?
O que escolher?
O que decidir?
Houve incorrência
no erro?
Houve o domínio
do medo?
Quem decapitou
o leigo?
Não se sabe
e não há tempo
para alguma apuração.
Não há tempo
para esperar
a ressurreição
ou a transformação.
Tampouco há tempo
para qualquer
reação...
CORRA!
Não há tempo
para divagação.

Sinestesia

Onde perdi
a realidade de mim?
Melhor ou pior
não faz diferença
se existe a carência
de existir.
Não há quem me veja,
quem não me comprometa,
ninguém me aceita,
ou sequer me
AGUENTA.

Tentativa e Agouro

É preciso o perfeito.
Não existe mal feito
e com efeito...
NÃO DÁ!
É preciso.
Há solidão.
Há dor.
Há pressa.
Não há solução.
Há pura exposição.
Quem poria
fim a maldição?
Quem salvaria
as pessoas
da vida,
de sua própria,
inerte condição?
Deus?
Reza e vê
no que dá!
Há focos de dor
onde a fé não há.
E consciência
divina,
não importa que exista,
não chega a salvar.
Gente,
não importa a mente,
só vive se precisar.

Um comentário:

  1. Esaú!
    Apareceu o link do seu blog nas atualizações do orkut e claro, não resisti.
    Entendi agora, quando vc ficava muito quieto nas aulas, estava poetizando.. rs!
    Gostei de todos, mais ainda do 'Sinestesia', apesar de parecer ter sido escrito por alguém que sofre de Bullying.. Heheh!
    Gosto do ar misterioso com que fala e escreve!
    Saudades! Beijos

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