quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Lupanar

Pareço um ser devasso quando falo em sexo... Tenho opiniões muito bem formadas quanto ao tema, como qualquer adolescente inteligente deveria ter, mas temo que você, caro leitor, não compartilhe das minhas opiniões. Logo, estando eu nesse momento de não-ócio que precede às provas da faculdade, e ainda assim com uma vontade incrível de causar a polêmica - pois perceba, eu escrevo senão para causar a polêmica - venho por meio do texto de Augusto dos Anjos, poeta que sempre amei sobre todas as coisas, escarrar na cara da sociedade. Não se preocupe, abaixo segue o poema, e a poesia tem a força de me fazer calar. Sinta-se brindado, caro leitor, com o poema e, sobretudo, com o meu silêncio.


O Lupanar

Ah! Por que monstruosíssimo motivo
Prenderam para sempre, nesta rede,
Dentro do ângulo diedro da parede,
A alma do homem polígamo e lascivo?!
Este lugar, moços do mundo, vêde:
É o grande bebedouro colectivo,
Onde os bandalhos, como um gado vivo,
Todas as noites, vêm matar a sede!
É o afrodístico leito do hetairismo,
A antecâmara lúbrica do abismo,
Em que é mister que o gênero humano entre,
Quando a promiscuidade aterradora
Matar a última força geradora
E comer o último óvulo do ventre!

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