Isolei-me numa ilha. Em volta dela construí, molécula a molécula, os sete mares usando toda a minha falta de força de vontade.
Queria eu me proteger do tempo e ignorar o espaço, mas ainda me brotam os pêlos da barba a zombar dessa tentativa. Dia após dia, como um relógio maldito ao qual se dá corda, sou obrigado ao esforço do barbear e me corto... Me lavo na água saloubra, a única que permiti que chegasse até mim.
Os metros, que tentei afogar com tanta força, se juntam em motins de quilometros e me preparam suas investidas diárias. É difícil estar longe do que se é, não saber o que se é, ou medir-se e comedir-se no tamanho correto.
Logo os ventos vão soprar mais uma vez, espero que em direção favorável... Mas cabe o dilema do gato: para onde eu quero ir? Qualquer caminho é favorável quando não se tem caminho nenhum.
Nenhum comentário:
Postar um comentário