sábado, 7 de maio de 2011

Vitral Ideológico


      Amor, aqui está o texto que eu gostaria que você lesse. Escrevi-o dois anos atrás, quando ainda acreditava nas idéias de John Locke de que o homem nascia tal qual uma tabula rasa. É um texto bem impreciso, mas serve de pequena introdução para o pensamento que eu estou tentando propor. A partir dessa leitura você está livre para criticar a vontade e estabelecer os seres que não se enquadram na minha árvore filogenética. :D
      Este texto estava no meu blog antigo, o Conta-Gotas Metafísico, mas eu já não tenho mais saco nem paciência pra postar ali. É muito mais cômodo postar do seu, já que você o mantém como página inicial. ^^ Tive até de ressuscitar o blog: o blogger já tinha excluído a página. Sorte que ainda dava pra salvar o post.    
      Enfim:


    Eu, em minha incapacidade de ser resumida, tenho necessidade de continuar explicando o que me leva a estar aqui sentada, em frente a uma tela luminosa, cutucando velozmente pequenos quadradinhos de plástico (o que em conjunto é denominado de teclado) com a finalidade de transferir meus pensamentos para o qualquer um que se digne a entendê-los.
    A mente humana é uma coisa incrível!
    [...]
    Partindo do principio de que o Universo é formado por partículasfundamentais e indivisíveis (os chamados átomos) e considerando que na natureza nada se cria, nada de destrói: tudo se transforma, podemos afirmar que todos nós somos feitos da mesma matéria. Eu, você, o computador, a luminosidade e até mesmo nossos pensamentos. Nossos pensamentos? Sim. Afinal, eles são provenientes de reações químicas que ocorrem entre osneurônios
    Os átomos tem a mesma composição: prótonsneutrônseletronsquarks, neutrinos, hádrons e seja lá o que for... variando apenas em relação a quantidade desses componentes. Como disse Spinozza, são a causa não causada. São a força que impulsiona todo o Universo, desde o bater das asas de um inseto até o movimento dos planetas. Os átomos estão presentes em todos os lugares, ou seja, são onipresentes.

    Como assim?
    Imagine sua carne, que é feita de células compostas de moléculas de glicose, lipidios e proteínas originárias de seu alimento, que pode ser proveniente de vegetais, que cresceram com os nutrientes que vieram da terra, fazendo uma reação de gás carbônico, água, material orgânico e luz solar. Tudo isso agora é parte de você! E imagine, até o material orgânico que alimentou a planta pode ter vindo de outras plantas, animais e até mesmo pessoas!

    Os átomos controlam tudo no Universo, ao mesmo tempo que são controlados também. Não existem agentes externos, pois o átomo é o próprio agente. Ele é seu único modificador. (Qualquer semelhança com Deus é mera coincidência.)
    Ou seja, o Universo é UNO, é um só. E todos nós fazemos parte de um sistema que age em conjunto. Porém, somos autônomos, o conjunto de átomos que rege nossa mente decide nossas atitudes. Atitudes essas que alteram o meio em que vivemos e que, por sua vez, se altera por si só. Observe que modificamos nosso meio ao mesmo tempo que somos produto dele. Isso é uma junção da teoria determinista (alemã) com a teoria positivista (francesa). 
   E, como já disse antes: a Verdade Absoluta não existe, o que existe são conceitos comunitáriamente aceitos, que podem se alterar conforme a época. Todos os conceitos foram criados pelo homem, então, não existe nenhuma verdade que não tenha sido constatada pelos sentidos (visão, audição, olfato, paladar, tato) e a expêriencia de vida.
    Entendeu? Não?








    E lá vem aquela mesma frase de Hegel: A história é como um rio, e a Verdade, o certo e o errado, dependem apenas do lugar em que estamos, ou seja, do ponto de vista e do momento histórico. 
    Por esse motivo não podemos dizer que era "este" ou "aquele" filósofo que estava com a razão. Não podemos dizer que Platão estava errado ao afirmar que para cada ser existente na Terra havia um modelo perfeito desse ser no Mundo das Idéias, pois cada ideal é adaptado ao seu tempo. E até porque os conceitos de hoje foram construídos em cima das idéias anteriores. 
    A História é como a correnteza de um rio. As águas de hoje certamente não serão as mesmas de amanhã, sendo portanto uma coisa dinâmica, viva. Pode-se até afirmar que a História consiste na constante transformação dos átomos e no reagrupamento da matéria.


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