terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ent



       "Uns olhos profundos, lentos, solenes, mas muito penetrantes. Eram castanhos, carregados de uma luz esverdeada.
       A sensação era como se houvesse um poço enorme atrás deles, cheio de eras de memória e de um pensamento constante, longo, lento, mas a superfície faiscava com o presente: como o sol tremeluzindo nas folhas externas de uma imensa árvore, ou nas ondas de um lago muito fundo. Não sei, mas parecia que alguma coisa crescia na terra -  adormecida, pode-se dizer, ou apenas percebendo-se a si mesma como algo entre a extremidade de uma raiz e a ponta de uma folha, entre a terra funda e o céu - despertara de repente, e estava observando você com o mesmo cuidado lento que tinha dedicado às suas próprias preocupações por anos intermináveis."


(J.R.R.Tolkien, As Duas Torres)


       Lendo esse pequeno parágrafo, a imagem que mais me pareceu fiel a essa descrição foram seus olhos, meu amor. São olhos de ent, o guardião das florestas. 
       Seus olhos me fazem falta... quero ter o prazer de mirá-los o mais breve possivel.
       Te amo.

Sua, e apenas sua,
V.

Nenhum comentário:

Postar um comentário